terça-feira, 21 de setembro de 2010

A José Olympio

Que coisa é o livro? Que contém na sua
frágil arquitetura transparente?
são palavras, apenas, ou é a nua
exposição de uma alma confidente?
De que lenho brotou? que nobre instinto
da prensa fez surgir essa obra de arte
que vive junto a nós, sente o que eu sinto
e vai clareando o mundo em toda parte?
Meu caro José Olympio, sê louvado
pelos livros que o tempo vai guardando,
nascidos de teu sonho no passado,
pois cada livro ao tempo irá lembrando
o que a vida de um homem pode ser
quando ele sabe amar e compreender.

Carlos Drummond de Andrade

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